Será a ausência, companheira inseparável da saudade ou, a saudade, uma simples consequência da ausência de alguém ou de algo?
Ontem foi o Dia Internacional da Mulher. Ontem, mais do que sempre, lembrei-me da Guida. A vizinha a quem a vida resolveu trocar as voltas e levar destas lides terrenas para outras lides, quem sabe, celestiais e mais apaziguadoras. Não, não é fácil. Quando o silêncio faz intervalos forçados nas nossas vidas e a voz da Guida, audível q.b. do outro lado do muro, deixa de se ouvir.
Estranha-se. Mais tarde há-de entranhar-se e aí tomaremos, finalmente, consciência de que a Guida, a vizinha que deixou órfão um pai e uma mãe, não mais voltará a abrir a janela do quarto virado para o pátio, para os bons dias ou dar dois dedos de conversa.
Por ela, pela mulher que me trouxe ao mundo, mas também por todas as outras mulheres que já não fazem parte deste mundo cada vez mais insano e complexo, vai o meu sentido pesar de Saudade.
Onde quer que estejam, esta música é-vos dedicada. 💓