sexta-feira, 8 de junho de 2012

Poema triste por Mário Quintana

“Eu Escrevi um Poema Triste”
         Mário Quintana

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza…
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel…
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves…
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!
Mais

Bom fim-de-semana ao som de "Time After Time" numa versão acústica (Emiliana Torrini).


quarta-feira, 6 de junho de 2012

"Precious and fragile things need special handling"

Hoje, a caminho do trabalho, esta música tocava numa estação de rádio...Por breves minutos foi como se voltasse atrás no tempo, anos 80.
O estilo musical é o que é, mas esta não me escapou: "Precious and fragile things need special handling" 


terça-feira, 29 de maio de 2012

Pausa para descanso do pessoal

The Wooden Birds são originários de Austin (Texas) e pertencem a um sub género musical, também conhecido por indie rock (informação Wikipédia).


sexta-feira, 25 de maio de 2012

O enterro do xaréu

Dois dias passaram e o xaréu voltou novamente ao centro das atenções. Encontraram-no durante o intervalo, no chão, e moribundo, já sem forças para voar.
O meu especialista em pombos e outras aves, larga de chorar. Chorou porque sim. Porque os meninos sensíveis são assim. Porém, e para meu espanto, ninguém se atreveu a troçar dele ou tecer um comentário que fosse.  

(Na hora de almoço...)

O Zezinho (nome fictício) assumiu o cargo de cangalheiro, pegando nele com mil cuidados. Atrás, ao lado e à frente dele seguiam os restantes colegas que, sentados na escadaria da escola, tentaram reanimar o passarinho com umas gotas de água e uma minúscula migalha de pão.
Entretanto, outros (quiçá mais realistas) meteram mãos à obra, começando a escavar um buraco.
Um deles tratou de arranjar a caixa vazia de um compasso para servir de urna.
Os restantes rumavam à roseira mais próxima que, por sinal já ficava no quintal da vizinha. E eu observava atenciosamente toda aquela movimentação da janela.
O  enterro do xaréu estava em marcha.
Uns minutos depois ouvia-se: "o pássaro já morreu! O pássaro já morreu!" - gritavam as crianças em coro.
Bateram à porta. Pediram-me que fosse ver...
No meio da tristeza de um e da preocupação de alguns, a verdade é que o charéu teve direito a um final, digamos que... digno.
E quem respeita a tristeza de um colega que chora a morte da avezinha vulgar e insignificante como o xaréu, corre o risco bom, um dia, de conseguir respeitar a dor e a sensibilidade dos outros. 
A criançada também tem destas coisas boas.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O dia em que um charéu entrou no wc das meninas

Um dos acontecimentos susceptíveis de quebrar a "monotonia" dentro de uma escola: encontrar um passarinho ferido na casa de banho das meninas! 
E de imediato se junta a criançada toda num alvoroço histérico, tentando resgatar a pobre ave. 
O Charéu acaba por ir parar às mãos de quem percebe do assunto; um verdadeiro especialista em pombos e outras aves comuns. 
Nervoso mas feliz, aquilo é que era ver o meu especialista "emborcando" migalhas de côdea e água pelo bico abaixo do pássaro! Creio que se o infeliz pudesse, teria chilreado bem alto para o deixarem em paz.
Conseguiu-se improvisar uma gaiola (uma velha caixa de fruta) gerenosamente coberta com um pano, a fim de evitar uma possível fuga (o calor era tal que eu não sei como a ave não morreu sufocada, mas bem...). Consumada a captura, os "grandes" procederam à vigília para que os meninos do Jardim não lhe mexessem. Ver para crer!!!


Entretanto, estava na hora da entrada...
Lá fora ficara o charéu que, mesmo ferido numa asa, resolveu enfrentar o mundo e ir à vida dele.
Tristes e desconsolados, perceberam que apesar das adversidades, por vezes, é preciso voar.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

"Minha senhora, você é uma professora de merda!

O título é politicamente incorrecto mas assustadoramente real:"Minha senhora, você é uma professora de merda!"
Na entrevista que se segue, a autora do livro (uma jovem professora de Francês) fala da violência, das angústias, das ameaças e dos insultos vividos dentro e fora da sala de aula.
Desiludida com o sistema de ensino francês, Charlotte Charpot decide leccionar na Bélgica onde conclui que a situação não é melhor.
Segundo o testemunho desta professora, que entretanto deve ter abandonado a profissão (a entrevista é de 2009) são, apenas e só, imperativos económicos que estão na origem das reformas na Educação. A pedagogia aqui, não é "tida nem achada" pois como sabemos, é uma despesa extra que nenhum governo pretende assumir.
Na Bélgica, na França... ou por cá, o caos é já ali ao virar da esquina; a irresponsabilidade de alguns pagar-se-á cara daqui uns anos.