domingo, 27 de fevereiro de 2011

Os "Chibos sabichões"

"Chibos sabichões" é um conto popular galego adaptado por Olalla González com ilustrações de Federico Fernández. É um livro que integra a lista Ler + do Plano Nacional de Leitura para o ensino pré-escolar. A tradução portuguesa é de Dora Isabel Batalim (2004).
Uma história de chibos espertos e de um ogre avarento que ao querer um grande repasto, acaba por passar fome e voar pelos ares!

             Chibos Sabichões

Era uma vez três chibos
que viviam no cimo de uma montanha:

um chibinho sabichão pequeno
um chibo sabichão médio 
e um chibão sabichão grande.

O chibinho sabichão pequeno
tinha uma barbicha pequena
   e uns chifres curtinhos.

O chibo sabichão médio
tinha uma barbicha que não era grande nem pequena
e uns chifres que não eram curtos nem compridos.

O chibo sabichão grande
tinha uma barbicha grande
e uns chifres compridos e retorcidos.

Certo dia,
o chibinho, o chibo e o chibão desceram da montanha
porque na outra margem do rio cresciam umas ervas frescas e viçosas.

Mas, para lá chegar
era preciso atravessar uma ponte.

Debaixo da ponte vivia um ogre terrível.
Tinha os pés peludos,
os barços grossos como troncos
e o nariz cheio de verrugas.

Era tão malvado
que vigiava a ponte dia e noite.
Ninguém se atrevia a passar por ali.

Os chibos sabichões tinham ouvido falar do ogre,
mas a erva era tão apetitosa
que decidiram enfrentá-lo.
(...)
Primeiro chegou a chibinho sabichão pequeno
com a sua barbicha pequena e chifres curtinhos,
    avançando decidido pela ponte... patati   patati

Quando estava a chegar ao meio da ponte, 
apareceu o ogre:

Quem faz patati, patati, patati na minha ponte?
O chibinho sabichão. 
Pois vou-te comer...!
Ai, não, que ainda sou muito pequeno!
Espera pelo chibo sabichão médio,
que é mais gordo do que eu.


               O ogre,
               coçando a orelha, disse:

Por aqui nunca ninguém atravessou,
mas com esse chibo sabichão médio
ficarei melhor servido. Passa, passa...!

     E o chibinho 
            sabichão 
               pequeno atravessou a ponte. 

Logo depois, chegou o chibo sabichão médio, com a sua meia-barbicha e chifres pouco compridos,
  avançando decidico pela ponte...
     patatã   patatã   patatã

Quem faz patatã, patatã, patatã na minha ponte?
O chibo sabichão médio. 
Pois vou-te comer...!

Ai, não, que eu ainda não sou crescido!
Espera pelo chibão sabichão grande, 
que é muito mais gordo do que eu. 

             O ogre grunhiu:
         Tenho muita fome,
         mas esperarei
         por esse chibão
         sabichão grande
    para comer até me fartar.
         Passa, passa...!

E chegou o chibão sabichão grande, com a sua barbicha grande e chifres compridos
avançando decidido pela ponte... patatão  patatão  patatão

O ogre surgiu imediatamente:
         Quem faz patatão, patatão, patatão 
                            na minha ponte?

     O chibo sabichão grande! 
 Pois vou-te comer...!
  Pois a ver se te atreves! 

O agre,furioso, desatou aos saltos pela ponte.

E o chibo sabichão grande baixou a cabeça, bufou...
    E marrou no ogre 
          com todas as suas forças!

Tal cornada lhe deu
que o fez voar pelos ares. E o ogre nunca mais voltou!

O chibão sabichão grande
foi juntar-se ao chibo sabichão médio
e ao chibinho sabichão pequeno.

E tanta erva comeram
que se transformaram 
em três chibos sabichões...
ENORMES! 
 "Chibos Sabichões" faz parte da colecção LIVROS PARA SONHAR (2004) da Editora Kalandraka

                                 (à venda aqui ou aqui)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Don't Go"... fiquem para ouvir - Sugestão musical

A banda francesa Nouvelle Vague, inspirada no movimento artístico do cinema francês dos anos 60 com o mesmo nome, especializou-se na reedição (covers) de músicas pertencentes a vários estilos músicais dos anos 80 (punk, pop, rock...).
As versões produzidas pelos Nouvelle Vague têm um estilo inconfundível, onde a  fonte da inspiração continua a ser, a da Bossa Nova. O certo é, que as suas melodias têm feito a delícia de muitos ouvidos por esse mundo fora.
Gostos são gostos, como é óbvio, mas eu gosto especialmente desta...
Se querem sair desta mensagem, Don't Go, sem ouvir primeiro esta música.
Bom fim-de-semana.


( Para compararem as sonoridades, deixo-vos com os Yazoo e o seu "Don't Go", um sucesso dos anos 80 que nunca fez parte dos meus gostos musicais ) 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Arte Infantil - A profª pelos olhos de uma aluna

Quando somos portadores de certos e determinados nomes, dá nisto: desenhos floridos com pessoas, igualmente floridas.  
Na realidade, não sou assim tão alta e toda esta elegância, é apenas uma miragem. 
Gostei sobretudo, do pormenor das flores no cabelo e das flores no lugar das mãos. Muito giro...

                             (legenda do desenho - "A aluna e a professora")

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A ocupação do Tempo na velhice: será assim?

Possivelmente, poderá ser...
Eu gosto do ar de felicidade desta velhinha simpática que está com o tricôt... não desculpem, eu queria escrever; que está com o comando nas mãos! Dá-lhe um ar tão à frente, não dá?!

                                                                                (Google cartoon)
PS) E os homens?!... Smiley Que tipo de jogo poderão eles fazer?!...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

No Tempo em que não havia água engarrafada

Não deixa de ser interessante conhecermos a forma como há uns anos atrás, se fazia o aproveitamento das águas da chuva, numa época em que não havia água canalizada e água engarrafada.
Numa pequena localidade do concelho de Porto de Mós, corria o início da década de 60, homens preocupados com o bem estar da população e com os recursos que a mãe natureza lhes dava, resolveram transformar a água do céu, em  água para as pessoas, na terra, beberem sem constrangimentos.
Assim, nasceu a denominada e popular "barragem" pluvial, cujo aproveitamento da chuva (ainda hoje) é feito através destas gigantescas pedras de calcário naturalmente ali colocadas, na encosta da serra.
Desaguam num pequeno canal que posteriormente, a depositará nuns reservatórios onde será filtrada, e, distribuída pelas fontes existentes na aldeia.
As gentes da terra não querem outra água. Sabem que  asssim, não poluem o meio ambiente com os milhares de garrafas, garrafinhas e garrafões que costumam encher o ecoponto amarelo.
E garanto-vos: a água é mesmo boa!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

E se São Valentim, voltasse, hoje, à terra ?

Valentim foi como se sabe, um bispo romano que se tornou santo depois de preso e condenado à morte.
Na origem desta tão curta e trágica passagem pela vida terrena, esteve uma desobediência às ordens do ambicioso e insensível Imperador Cláudio II que proibiu o casamento entre os soldados do seu Império, julgando ele que desta forma, conseguiria um exército mais poderoso e concentrado no combate ao inimigo.
Creio que este sacerdote já teria naquele tempo, personalidade e atitude com 99,9% de hipóteses de ser dum qualquer partido da oposição, pois não se conformando perante tal injustiça, fez o que achou que devia ser feito, casando os jovens soldados nas costas do insensível Imperador.
A descoberta destes casamentos celebrados às escondidas, custou-lhe a vida mas, pelo menos, morreu de consciência tranquila, de acordo com os seus princípios e os do amor (é que o amor, às vezes, também tem bons princípios).
Se o Bispo Valentim vivesse nos tempos modernos estaria nas primeiras capas dos jornais, e tão certinho como eu estar aqui  a escrever isto, estaria a circular a velocidades supersónicas em certas redes sociais, com milhares de "gostos" e de opiniões para todos os gostos.
Para além de levar com uma série de nomes em cima - comunista, herege, traidor da Pátria, perigoso inimigo da ordem pública - não tardaria quem arranjasse maneira de travar as suas supostas boas acções.
As lendas valem o que valem, como é sabido. Porém, tiro o chapéu ao santo padroeiro dos namorados por ter desafiado o poder e ter tido a ousadia de acreditar no amor. 

Se São Valentim resolvesse voltar à terra dos mortais, ficaria perplexo com as coisas que estão a acontecer em pleno século XXI, no reino do muy nobre sentimento.
Possivelmente, teria algumas enxaquecas ao tentar encontrar respostas para a fugacidade do amor. Ou quem sabe, fazendo um estudo mais aprofundado desta sociedade? E para isso...
1º - Teria que frequentar uma Faculdade, fazer uma licenciatura em Sociologia (ou Psicologia) ou whatever, e  munir-se de teorias que o ajudassem a perceber melhor o fenómeno...
1º - Teria que abrir uma conta no Facebook...(parte prática)
1º - Fazer um doutoramento em relações humanas para aprofundar o assunto, e estudar se o fenómeno Facebook, crises económicas ou outros factores, influenciam ou não, o sucesso das relações amorosas.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

"Sem rede" é mais um texto reflexivo sobre todos nós...

Isto de nos seguirmos uns aos outros, traz a vantagem de podermos ser os primeiros a deitar o olho às leituras dos blogues vizinhos. Porém, quando os "parceiros do lado" escrevem como o autor deste blogue, reflexões espantosas e profundas, como aquela que se segue, só temos mesmo uma saída: o dever de as divulgar para que outros, as possam igualmente ler ou apreciar.
Deixo-vos a mensagem escrita pelo Fernando Baptista, devidamente identificada no Tempo.
Boa semana.


Quarta-feira, Fevereiro 09, 2011


Sem rede

No meio do tempo em que pouco acontece, surge por vezes um estremecimento que convida à paragem. Mediaticamente é dos instantes em que se convidam professores especalistas a comentar o acontecimento, se entrevistam populares emocionados e se fazem mais uns lamentos. Depois de uns dias tudo vai passar e continuar a estar como estava. Sem importância, porque nos habituámos a apenas vlorizar o instante das surpresas!
Que parvos que somos!!!
Somos parvos porque andamos a maior parte do tempo com falta de tempo na lufa-lufa da geração de valor para os poucos que todo o tempo têm e nos esquecemos de desfrutar o nosso tempo e depois, como não bastasse o desperdício, vem o tempo que não tem fim, o da solidão da sobrevivência sem esperança nem objectivo em que se somam aos dias outros dias. É a altura em que os milhares de amigos do facebook se sumem e pouco mais se soma à vida, porque no tempo que se perdeu a adicionar amigos que mal conhecemos, fomos ficando vazios dos amigos reais, dos que têm físico e alma. Anda-se nas nuvens numa sociedade sem rede, num exercício de equilibrismo, começamdo a perceber-se que as redes sociais irão ser completamente inúteis na altura do trambolhão. Esta terra não está feita para velhos. Aceita-se como um fado a que se não pode fugir, que um qualquer poder não bem percebido, meio oculto e inevitável, nos comande e nos deixe ficar fechados, literalmente mortos, durante anos, no prolongamento de uma vida que já há muito estava morta.
Parvos que somos, quando não reivindicamos a nós próprios uma vida diferente da morte. De que se está à espera?