sexta-feira, 30 de julho de 2010

Um "Estranho Quotidiano" com direito a vídeo-reportagem

Um curto intervalo nas brevíssimas "férias" deste blogue, para divulgar uma informação que me foi, entretanto, dada a conhecer. 
Circula no famoso You Tube, desde o dia 9 de Junho, uma vídeo-reportagem realizada pela esectv (suponho que será a Escola Superior de Educação de Coimbra) sobre o livro acima mencionado e com os comentários a cargo do próprio autor: J.L.Pio Abreu. Uma referência que chegou na hora certa, sem dúvida.
São 5 minutos e 10 segundos para ver, ouvir e reflectir. 
Fiquem bem. 

quarta-feira, 28 de julho de 2010

sugestão de Leitura

"Quem nos faz como somos", foi editado pela D.Quixote em 2007 e o seu autor é J.L.Pio Abreu, autor de outro livro aqui (e aqui) mencionado, como sugestão de leitura.

«Porque é que faço o que faço, porque é que penso o que penso? A maioria de nós dirá: porque eu quero(...) pág.17

"Quem nos faz como somos" é segundo o seu autor, um livro cujos 40 capítulos que o compõem «atravessam muitas questões com forte carga ideológica: o papel do homem e da mulher, a globalização, o confronto das civilizações, a questão do espírito e da natureza humana, a liberdade, o papel dos média, as crenças religiosas e, em particular, a crença na imortalidade» pág.19

Num universo tão complexo como o da genética, Pio Abreu pretende de alguma forma, transmitir ao leitor comum que pouco ou nada percebe sobre combinações entre proteínas, cromossomas, cadeias, átomos, moléculas ou genes, a importância deste ramo da ciência, na formação da humanidade. E, pretende fazê-lo de uma forma mais ou menos "simplificada", usando  para isso, um modo de escrita que, como o próprio refere "... pode parecer insólito" porque põe "os genes ou a cultura a falar na primeira pessoa". pág.20

Nas primeiras partes do livro, o autor revela-nos que os genes e os signos, representam, no primeiro caso, a nossa extensa história biológica e, no caso dos signos, traduzem a nossa enorme dependência cultural (ideias retiradas do Prefácio escrito por Carlos Fiolhais-Físico e Director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra).

Nos capítulos seguintes encontrei as partes mais interessantes deste livro (opinião pessoal, obviamente). Termino com estes textos, incluídos no capítulo 3, "COMO É QUE EU CONSIGO DOMINAR OS HUMANOS", a propósito de assimetrias entre homens e mulheres...

   «Tudo isto acontece nos homens, que têm um hemisfério bem diferenciado do outro, a ponto de uma pequena lesão dessa metade esquerda os impedir de falar e raciocinar com lógica. Porém, se a parte direita continuar a funcionar, eles podem ainda sentir e apreciar os aspectos importantes da vida, mantendo os sentimentos e a boa coordenação de todos os seus instintos.  É claro que, com esta organização cerebral, os homens têm um pequeno problema: é que às vezes pensam de maneira e sentem de outra, dando voltas aos miolos para resolver esta contradição(...)
   Falei dos homens porque, com as mulheres, o caso é outro: elas têm os cérebros menos assimétricos e, por exemplo, o controlo da fala ocupa ambos os hemisférios cerebrais. Ou seja: sentem o que pensam e pensam como sentem, não têm qualquer contradição a resolver. Talvez tenha de ser assim, porque são elas as principais protectoras dos genes e, sem essa protecção, não existiriam pessoas para me produzir. É por isso que as mulheres são fãs da sinceridade e da transparência, embora sejam frequentemente incoerentes: o que pensam hoje não é o que pensaram ontem, simplesmente porque os seus sentimentos mudaram, e talvez amanhã mudem de novo (...)» pág. 75 

Este livro encontra-se à venda, aqui