quarta-feira, 30 de março de 2011

A vaca, a escola e eu

Isto de ser teacher tem que se lhe diga. Tarefa cada vez mais complicada porque a ignorância e o desinteresse pela escola, crescem ao ritmo da velocidade dos Kbps da internet. Pergunto-me, às vezes, se não era melhor desaparecer, desistir da profissão ou abandonar a criançada à sua sorte... A maior parte das vezes, ficamos com a sensação de que o esforço foi (é) em vão.
Depois de passarmos aulas e dias, falando sobre animais domésticos e selvagens, sobre as características dos animais, vermos imagens, vermos vídeos, fazermos fichas de trabalho...
Hoje, foi dia de ficha de avaliação do Estudo do Meio para o 2º ano. Havia um exercício com lacunas e ao lado, encontrava-se a imagem de uma vaca:
 
A ______(vaca) vive na _______(terra). Para se deslocar __________ (anda) com a ajuda das ________(patas). Tem o corpo coberto de _______(pêlos) e nasce da _________(barriga da mãe).

Acabado de ler o exercício, voltei a ler frase por frase para aqueles cuja compreensão e dificuldades, não dão para mais, infelizmente. Para se deslocar , a vaca anda com a ajuda  das... das...?!??!?!??... Esperando eu, que me saísse a sorte grande com uma resposta acertada. Não!
Eis que uma criança responde lá do seu canto: a vaca anda com a ajuda das tetas!!!!!!!!!!!
Meus amigos... não interessa descrever aqui, qual foi a minha reacção perante esta escabrosa resposta. Em linguagem corrente, digamos que seria isto: "passei-me!"
Chegada a hora do almoço, veio o desabafo com a colega:
- Eh, pá... Não te dá vontade quando é assim, de espetar umas chapadas valentes?!
Respondi eu:
- Então não dá!! Nem tu sabes quanto!
Acreditem que dá mesmo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

"Quanto Tempo levaria para varrer o mundo?"

                                                   (Foto Google)
Esta estranha pergunta, encontrava-se há dias nas estatísticas do quantotempotemotempo.blogspot.com. Não sei precisar de onde veio, embora desconfie que tenha vindo do nosso país irmão, o Brasil. Independentemente do lugar de onde possa ter vindo, a invulgaridade dos termos a pesquisar não me deixou indiferente.
Pensando bem na questão "Quanto Tempo levaria para varrer o mundo?", confesso que até tem uma certa piada. Que raio de pergunta mais estranha! Varrer o mundo!...
Smiley
Querer saber quanto tempo tem o Tempo, já me parece uma pergunta de difícil resposta; haver alguém a questionar "quanto tempo levaria a varrer o mundo?", parece-me algo completamente surreal e impossível, por mais que os habitantes do planeta andassem todos, de vassoura na mão, dia e noite.
Aliás, eu concordo que o mundo até precisa de uma "limpeza" a vários níveis, mas...varrer o mundo?!
Para o caso dessa pessoa não ter desistido da pesquisa e se porventura, a dita, remeter novamente para este blogue, gostaria de deixar umas palavrinhas à (ao) suposta (o) interessada (o) nesta varridela à escala mundial; desista!!!! Varrer o mundo deve dar uma trabalheira dos diabos! Mais; provavelmente a intenção seria mesmo, a de "varrer" muita porcaria que vai por este mundo fora... Porém, se acaso for esta a intenção, parece-me que existem outras formas de o fazer sem ser à "vassourada".
Termino, colocando esta cibernética e estranha questão à consideração dos leitores deste "passatempo".
"Quanto tempo levaria para varrer o mundo?", Digam-me lá, meus senhores e minhas senhoras de vossa justiça.
Com ou sem vassoura, uma boa semana para todos.

domingo, 27 de março de 2011

Sugestões de Leitura - Marginal (Poemas e breves cantigas)

"...Acho que escrevo sempre o mesmo poema. As palavras é que são diferentes..."                                                Vieira da Silva

Nascido há 64 anos, em Ílhavo, António Manuel Vieira da Silva, é o autor da sugestão de leitura de hoje.
Marginal (Poemas breves e cantigas), foi editado pela MC - Mundo da Canção, em 2002. A 2ª edição deste livro aconteceu em Junho de 2010 e como o Tempo tem uma especial atenção neste blogue, gostaria de transcrever as frases finais do seu prefácio; um regresso ao passado que me agradou particularmente.

«Éramos jovens, dizia, e pensávamos. Ílhavo não era cidade, era outro lugar:  nem melhor nem pior, apenas outro. No Verão apanhávamos camarinhas e íamos, de bicicleta ou de dedo esticado, para a Costa Nova. Depois apanhávamos a barca para A Bruxa, onde havia uma jeropiga que parecia ser a melhor coisa do mundo e havia os mundos que nós inventávamos. No Inverno ficávamos pelos cafés do costume, com uma ou outra escapadela pelo meio. Se não fosse o clima aceso da época dir-se-ia que não se passava nada - e no entanto, passava-se tudo: apaixonávamo-nos, descobríamos os mundos do mundo, ouvíamos a música dos silêncios, cavalgávamos o Sete Estrelo.
Agora, Ílhavo mudou, como o País. Novas ruas, vistas renovadas, prédios que foram abaixo e levaram com eles a memória das pedras. Nós, todos, também mudámos. Para melhor ou para pior, para mais longe ou para mais perto, partimos. Mesmo os que ficámos. E, sobretudo, vivemos. E de termos vivido o que vivemos nunca me arrependi, e tenho a certeza que o Vieira da Silva também não. Porque, se calhar, o que distingue os poetas das pessoas normais é mesmo só isso: ser capaz de descobrir, sempre, um mundo novo à sua volta, onde quer que seja; elevar as palavras à condição de diamantes, sem se deixar ofuscar pelo brilho; saber que os poemas só valem a pena quando têm gente lá dentro, como ossos, nervos, veias, emoções. Porque o sonho, esse, vale sempre a pena. Nós sabemos, porque voámos.»   
                                  Viriato Teles - Lisboa, 29 de Dezembro de 2001

Termino com dois poemas breves ...
                                        Bilhete       
                                                 
                                            Hoje
                  não ouvi o que disseste                                          

                                           estive                              
                                   preocupado                                                  
            em ouvir o que não disseste 

                                  Pensamento                                      
                           
                               O pensamento
                   devia ser aquele relógio

       existir enquanto a corda durasse

                          e que bom que era
                   poder partir-lhe a corda

                                Vieira da Silva, in Marginal, páginas 30 e 32
                                                       
                                                  (À venda aqui                                       

sábado, 26 de março de 2011

O "Bem Bom" Doce amargo dos Passos de dança do Coelho

Lembram-se da primeira girls band nacional: As Doce? Embora não fosse o género de música que eu apreciasse, hoje, faço questão de falar nelas.
Foi "bem bom", o Tempo em que estas raparigas jeitosas, mostraram ao país os seus dotes...vocais, é claro, e, fizeram suspirar muitos homens por esse Portugal fora, corria a saudosa década de 80.
Consta que uma destas moças viria mais tarde a desposar o líder do PSD. Actualmente e para infelicidade nossa, candidato ao cargo de Primeiro-Ministro deste país à beira de um derradeiro ataque de nervos.

Meus senhores e minhas senhoras; Peter Steps Rabbit, é agora o meu nome de eleição e não quero outro para designar este senhor. 

Bem bom, foi saber então, que os dotes de uma das cantoras das "Doce", provocaram uns anos mais tarde, suspiros de paixão no Steps Rabbit, à época, ainda um mero aprendiz na arte da politiquice. Mas como era bem parecido, giro e tal, lá escapou e acabou por desposar a Doce Fátima.
Viveram felizes, até que o Bem Bom acabou...(acontece aos melhores) Smiley
Apesar do Tempo que durou essa Doce união, o Peter, não se dignou aprender um passo de dança sequer com a ajuda da Sweet companheira (imaginem se tivesse aprendido...).
No entanto... Pedro Passos Coelho, aliás, Peter Steps Rabbit, o tal que não dança (ou dança muito mal, segundo as suas palavras), já nos quer por a nós, a dançar o fandango ao som da sua música. 
Por esta razão, eu, que sou uma insignificante trabalhadora e funcionária do Ministério da Educação, gostaria de deixar uma mensagem a este senhor: pode ter sido bem bom, a qualquer hora da manhã... os tais dois dedos de conversa, ouvir um disco antigo ou tomar um café pr'a dois, etc, mas... oh meu "amigo", bem bom seria, se não começasse já, a cantar de galo.
"Às duas por três, quem sabe onde isto irá parar..." não é verdade?
Um aparte) Ainda hoje, olho para isto e questiono-me se a rapariga loira das "Doce" estava ali para enfeitar, se para cantar. Este, é mais um vídeo verdadeiramente "giríssimo" e super "criativo"; mesmo à "anos 80" !!! 
BOM FIM-DE-SEMANA!

domingo, 20 de março de 2011

Léo Ferré - "C'est le Printemps", mes amis!

Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, em 2011, o equinócio (dia igual à noite) da Primavera ocorre no dia 20 de Março às 23h21m. 
A estação da luz, das cores, dos cheiros, das flores e do chilrear dos passarinhos, prolonga-se por 92.79 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de Junho às 18h21m. 
E mais palavras para quê?! O Tempo, este inseparável e intolerante companheiro da humanidade, passa por nós a correr, e, não tarda, já é Verão outra vez!
 

sexta-feira, 11 de março de 2011

E se o Tempo estiver com as horas, os dias contados?...

E se o Tempo estiver com os dias contados? E se o Tempo estiver de abalada? ... E se o Tempo estiver com o tempo contado? (não se perde nada, penso eu...)
É incrível, pensar na rapidez com que se elimina todo o conteúdo de um "passatempo" blogosférico, através de um simples clique.
Um segundo; basta apenas um segundo para apagarmos a escrita de meses: textos com mais ou menos inspiração, textos pequenos, textos grandes, textos sem pés nem cabeça, textos de corpo inteiro, textos engraçados, textos tristes, textos dos outros, textos de indignação, textos com dedicação... tantos.
Este texto por exemplo?! Não sei defini-lo, mas também... pouco importa.
Bom fim-de-semama, ao som da música dos anos 60 (NO TIME - The Guess Who, 1969)



terça-feira, 8 de março de 2011

SOBRE O CROMOSSOMA XX


 "La femme au chat" -  Auguste RENOIR (1880)

Se vos falasse agora de cromossomas, de núcleos, de mitose, de células, de cadeias de proteínas, de genes, de ADN, etc, etc, aposto que desistiriam de ler o restante conteúdo desta mensagem, e mais uma vez iriam pensar que ensandeci (não! Ainda não é desta!).
Os cromossomas XX são, como se sabe, aqueles que determinam o sexo nos indivíduos, neste caso, o sexo feminino. 
Hoje, 8 de Março, é o dia que muitos e muitas, aproveitam para enaltecer a grandiosidade da nossa espécie, embora já tenha afirmado vezes sem conta; a celebração de dias com datas pré definidas no calendário são sempre que um homem (ou mulher) quiser.
        
Mesmo que os relatórios da ONU revelem que há 57 milhões de homens a mais que mulheres em todo o mundo (estará o planeta perante a extinção, a longo prazo, do sexo feminino?!), que os homens estejam em minoria no continente europeu, que as mulheres continuem a maioria entre a população idosa em todas as regiões do mundo, que 32% das mulheres morram mais de doenças do coração contra 27% dos homens, que as mulheres sejam as maiores vitímas da violência no mundo, que as mulheres continuem a sofrer de descriminação no trabalho ganhando menos que os homens e façam jornadas de trabalho mais longas... Por mais que escrevam ou que digam horrores, o mundo, sem a espécie cromossomática XX ficaria uma desgraça, um jardim sem flores, um deserto, uma pasmaceira,...
É portanto, de todo o interesse para a humanidade, tratar esta espécie com todo o cuidado e carinho. (Se um dia nos extinguimos, quero ver depois, como é!... )
Apetece enviar para todas as Mulheres do mundo, em especial para as minhas amigas de carne e osso, leitoras ou seguidoras, um forte abraço.
Termino parafraseando, o poeta, o compositor e cantor Jean Ferrat; le poète a toujours raison, la femme est l'avenir de l'homme...
(Désolée pour les hommes...) ;)
(este tema continua nos próximos "episódios")